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Arquitetos: MGP Arquitectura y Urbanismo ; MGP Arquitectura y Urbanismo
- Área: 1695 m²
- Ano: 2013
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Fotografias:Andrés Valbuena
Descrição enviada pela equipe de projeto. Um tempo católico é em essência um lugar para que o divino e o humano se comuniquem. Essa capela para o Centro Campestre e a para a comunidade adjacente é uma edificação que expressa especialmente esse contato ao criar uma cobertura suspensa, o divino, sobre um espaço escavado,o humano, para que o templo seja somente o vazio tensionado por essas duas partes. Ao ocupá-lo é possível compreender a condição terrena e a espiritual do homem e o próprio espaço que adquire um caráter sagrado sem a necessidade de artifícios superficiais. É o contato entre as duas partes que cria o espaço do tempo e sua compreensão física se torna um ato de fé.
O espaço escavado acomoda todos os usos para evidenciar o caráter tangível da igreja e expressar a ideia católica fundamental de que "somos sementes de outra terra". Cada um dos lugares do programa se estende até o exterior, dentro da área escavada, para permitir a sua utilização independentemente das condições atmosféricas e para reforçar também o seu caráter terreno. O templo modifica as condições geográficas em que está inserido. A cobertura levita sobre o vazio e através disso, propõe uma reflexão sobre o espiritual e acolhe o jardim do fundador, Dr. Alfonso Casas Morales e sua lápide.
Além disso, os elementos naturais simbólicos do catolicismo estão presentes no espaço para reforçar sua sacralidade. A água no espelho simboliza o batismo e duplica o templo e a cruz, o fogo na chama perpétua da lápide simboliza o Espírito Santo, as sementes oleaginosas nas três árvores em frente a sacristia simbolizam a unção e as samambaias nas encostas e coberturas simbolizam as palmeiras de Jerusalém. Doze luzes brilhantes no teto remetem aos doze apóstolos.
O edifício é resolvido tecnicamente a partir da utilização de recursos arquitetônicos simples, somente através de poucos e contundentes muros de concreto cuidadosamente localizados e construídos, acabados com uma textura de sete micro-linhas (o número sagrado) que vibra com a luz, é composta a espacialidade e a imagem do templo, da mesma altura que o resto das edificações do colégio, mas com grande presença sobre o Pátio Principal. Para responder ao lugar urbano e ao plano diretor, foi pensado um volume baixo que se adapta as alturas dos seus vizinhos pré-existentes, mas que possui uma volumetria contundente.
Para a comunidade do Colégio e do Bairro o próprio edifício se torna uma peça pedagógica de ensinamento do catolicismo porque percorrê-lo se torna uma experiência de descobrimento e peregrinação através da quarta dimensão. O tempo faz parte do projeto ajudando assim a entender de maneira profunda o lugar cultural que pertence a Comunidade Católica do Centro Campestre, reforçado agora pelas mudanças em sua planta física, que ajudam a projetar a Comunidade para o futuro.